Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

quinta-feira, maio 03, 2012

Pingo Doce - Continente e as Guerras do Alecrim e Manjerona

Nos anos 50 do século XX, a CUF (companhia união fabril do Barreiro) decidiu iniciar uma guerra contra a SNS (sociedade nacional de sabões) de forma a eliminar a concorrência.
A CUF baixou sucessivamente os preços até ao momento em que o mercado deixou de comercializar sabões da concorrência e aí, pensando mal, aplicou um preço de monopólio, de forma a compensar as perdas.
Mas a CUF perdeu a guerra (mais tarde os dois grupos empresariais entraram numa parceria) porque a partir de certa altura a SNS arrendou dois grandes armazéns, fora da capital e comprou, a preços de amigo, praticamente toda a produção de sabão da CUF.
Depois, para a SNS foi só esperar pelo novo respirar da CUF e, durante um ano, vendeu a produção da concorrência, adquirida anteriormente.
CUF vendia os seus produtos, para sarar as feridas, a um preço que lhes permitia minimizar os custos.
SNS vendia os produtos da CUF, ao mesmo preço, obtendo lucros inimagináveis.
Hoje, em 2012, as lojas do Pingo Doce de Braga, tal como o resto do grupo, também decidiram ir para a guerra, quiçá contra o Continente ou contra o direito dos trabalhadores de festejarem o 1.º Maio; no entanto, o lamber das feridas ir-se-á prolongar por muito tempo, porque quem verdadeiramente ganhou foram os pequenos comerciantes ambulantes conhecidos pela designação de Azeiteiros.
Um deles, que serve zonas isoladas entre Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho, arregimentou a família (11 pessoas, entre adultos e crianças) e trouxeram 4 comerciais estilo F.Transit de caixa fechada, que foram enchidas até ao fundo do tutano.
Só este comerciante desembolsou (cada um dos cúmplices/adultos pagou uma parte de que foi ressarcido posteriormente) cerca de 27 000€ (x2!).
Agora e por via dos custos da interioridade os preços de venda serão os do mercado e os lucros destes azeiteiros ficarão na história de cada uma das suas vidas.

PS: No Braga-parque a secção das bebidas e a das bolachas foram saqueadas (e não pagas) por todos aqueles que se foram alimentando, enquanto as filas para as caixas registadoras iam engrossando.

Para a próxima a estratégia de marketing terá de ser repensada, ou então ainda terão de encerrar postos de venda...

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